LIVROS E BICHOS
Este é o blog da Tércia Montenegro, dedicado preferencialmente a livros e bichos - mas o internauta munido de paciência também encontrará outros assuntos.
domingo, 29 de abril de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
HQ aquática
A grande pedida em HQ dos últimos tempos é O gosto do cloro (na edição em português, publicada pela Leya), de Bastien Vivès. Uma história de "sentimentos submersos", que à primeira vista pode parecer simples demais, mas depois emociona por sua delicadeza e, sobretudo, pela maestria com que o desenhista consegue conduzir as imagens. Há instantes em que o leitor realmente perde o fôlego e sente-se imergir nessa claustrofobia aquática. Sem dúvida, um arrebatamento de artes plásticas!
O tempo no Guia da Folha
Amigos,
O tempo em estado sólido recebeu avaliação ótima pelo Guia de Livros da Folha de São Paulo! Vejam a notícia na imagem anexada. É só clicar em cima, para aumentar o tamanho.
O tempo em estado sólido recebeu avaliação ótima pelo Guia de Livros da Folha de São Paulo! Vejam a notícia na imagem anexada. É só clicar em cima, para aumentar o tamanho.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
A cidade ideal
A
CIDADE IDEAL
Nas recentes
comemorações do aniversário de Fortaleza, vários temas ligados à cidade foram
levantados neste jornal. Houve quem fizesse elogios a pessoas e paisagens,
enquanto outros repisaram problemas sobre violência, hipocrisia política e maus
hábitos. Ora, eu também pensei em escrever sobre a cidade – mas não esta, onde
vivo desde sempre. Como ficcionista, quero apenas imaginar, sem pretensões
didáticas. Não me interesso por modelos urbanos, nem saberia explicá-los. Minha
única pretensão é fechar os olhos e me transferir, por um segundo, ao ambiente
ideal.
Na cidade perfeita,
haveria – claro – o mar. Mas não existiriam prédios, apenas casas: com jardins,
quintais e hortas. À noite, o clima pediria vinho e agasalho. Eu ouviria uma
igreja distante, tocando sinos de verdade (e não gravações por alto-falante).
Todos os endereços teriam nomes poéticos: haveria a rua do Silêncio, a rua da
Boa Brisa, a rua Alva... E também a avenida das Alvíssaras, o Beco das
Orquídeas, a Travessa Amizade. As pessoas andariam calmamente, em trajetos com
árvores antigas e preservadas.
Seriam vistos
pouquíssimos carros, acionados em ocasiões muito raras: uma viagem, uma mudança
ou transporte de pesada bagagem. Para se locomover, as pessoas usariam os
próprios pés, as bicicletas ou os ônibus. E estes seriam especialmente
conhecidos por suas pinturas artísticas – nada de cores padronizadas com as
marcas da empresa! Cada linha de ônibus seria identificada pelo artista cuja
obra traria exposta. Assim, os usuários se encontrariam numa parada e, após os
cumprimentos de praxe, alguém perguntaria: “Sabe dizer se o Chagall já passou?”
E o outro poderia responder: “Ainda não. Agorinha veio um Portinari, e o
próximo deve ser um Xico da Silva, salvo engano.” Internamente, os ônibus
também trariam um estímulo à arte, com algumas de suas janelas transformadas em
paineis para expor desenhos ou gravuras selecionadas em concurso. A música
tocada seria agradável, e todos poderiam relaxar – inclusive o motorista.
Na cidade ideal, as crianças
aprenderiam a tocar instrumentos com prazer. Ainda poderiam escolher atividades
circenses, dança ou línguas estrangeiras – mas nunca por imposição da escola ou
dos pais. Cada família espontaneamente buscaria a cultura, o esporte e a arte.
Não seria necessário qualquer discurso de convencimento para que bibliotecas
fossem tão frequentadas quanto clubes, teatros e praças. As pessoas saberiam
que o crescimento pessoal é um direito – e aproveitariam cada oportunidade.
Luaus, piqueniques ou
passeios de barco seriam comuns no lazer, além dos jogos ao ar livre, na
companhia de animais. A televisão serviria como passatempo somente para quem
estivesse acamado – e, mesmo assim, talvez o doente preferisse fazer palavras
cruzadas... Na cidade ideal, existiria paz, beleza e contemplação. Não haveria
turismo frenético nem ambições imobiliárias. Ali, a prosperidade ganharia outro
significado.
Tércia
Montenegro (crônica publicada hoje no jornal O Povo. Disponível também em http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2012/04/25/noticiasjornalopiniao,2827270/a-cidade-ideal.shtml)
O lançamento
O lançamento d'O tempo em estado sólido foi muito agradável, numa atmosfera bem aconchegante.Deixo aqui uma foto do debate que atencedeu a sessão de autógrafos. Quem perdeu o evento pode adquirir o livro em qualquer livraria Cultura do país, ou então pode pedir pelo site da editora Grua.
sábado, 21 de abril de 2012
Contagem regressiva...
Gente, é na terça-feira o lançamento d'O tempo! Não percam! Às 19h, na livraria Cultura de Fortaleza - espero todo mundo lá!
terça-feira, 17 de abril de 2012
Arte y Parte - Brancusi
Para me desestressar, uso sempre a arte. As artes visuais, então, têm um poder imediato sobre mim: torno-me subitamente relaxada.
Desde ontem, folheio a revista Arte y Parte, que o amado trouxe da Espanha. A matéria inicial já me encantou por trazer obras do Brancusi (que eu amava desde a época em que conheci a sua Princesa X). Consegui pescar da internet duas imagens que estão na matéria: esta Musa adormecida, linda, perfeita, que um dia há de me fazer ir ao Georges Pompidou só para vê-la:
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A outra peça - O beijo - traz uma diversa matéria-prima, mas é igualmente tocante, pelo seu primitivismo tão essencial.
Contemplar estas serenas obras, mesmo que através de reproduções fotográficas, é um método infalível para salvar o meu ânimo...
Desde ontem, folheio a revista Arte y Parte, que o amado trouxe da Espanha. A matéria inicial já me encantou por trazer obras do Brancusi (que eu amava desde a época em que conheci a sua Princesa X). Consegui pescar da internet duas imagens que estão na matéria: esta Musa adormecida, linda, perfeita, que um dia há de me fazer ir ao Georges Pompidou só para vê-la:
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A outra peça - O beijo - traz uma diversa matéria-prima, mas é igualmente tocante, pelo seu primitivismo tão essencial.
Contemplar estas serenas obras, mesmo que através de reproduções fotográficas, é um método infalível para salvar o meu ânimo...
domingo, 15 de abril de 2012
Jornada da alma & Um método perigoso
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* Quem se interessar por ouvir a música pode conferir neste vídeo, com as cenas finais do filme em http://www.youtube.com/watch?v=_k1x1TJG5Sg
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Burocracia
BUROCRACIA
O perfeito burocrata é aquele que, diante de uma pessoa, só acredita em sua existência se ela lhe apresentar identidade, CPF e comprovante de endereço. A cada documento ausente, o burocrata comemora: exigirá assinaturas e certidões, com um êxtase particular. Sim, na verdade este é seu único prazer. O burocrata aprendeu a nunca festejar; permanece sério, com sua gravata listrada, atrás de um balcão. É insensível a piadas, apelos ou ironias – mas põe-se muito comovido se recebe uma pilha de papeis (carimbados, é lógico). Manipula esse objeto de desejo, quase estremecendo; detém-se em cada página, sente a textura dos selos oficiais, arrepia-se ao ver a rubrica do tabelião.
O burocrata orgulha-se de cumprir ordens e “exercer a cidadania” – expressão que, no seu entender, envolve o pagamento de impostos, a leitura rigorosa de três jornais diários e a obediência a qualquer lei escrita. É um maníaco que detesta a desordem e, por isso, abomina sonhos, devaneios e toda arte de vanguarda. Por não conceber a ideia do inefável, o burocrata é geralmente ateu, embora tenha chegado a esta convicção após o minucioso estudo de vários livros sagrados, que lhe pareceram insuficientes por não trazerem anexos com cópias autenticadas. Considera, por exemplo, uma improcedência afirmar que Deus tem incontáveis nomes, muitos deles secretos ou impronunciáveis. Não compreende o mistério da trindade e tampouco daria crédito a uma aparição ou milagre. “Apenas” – garante – “se o Vaticano fornecesse um atestado.”
Apesar da descrença, o burocrata às vezes frequenta igrejas, porque aprecia a tradição e os rituais. Repete suas rezas como um autômato, com o mesmo tom de voz que usa para evocar (de memória) as cláusulas de um regimento, durante reuniões. Aliás, se existe uma coisa que o burocrata adora é uma reunião. Poderia alimentar-se eternamente de café e biscoitinhos, enquanto ouve a leitura de atas. A cada evento desse tipo, ele se destaca: pede apartes, defende argumentos e vírgulas, solicita inclusões de pauta... Enxerga a si mesmo e aos colegas como um quórum que não pode ser desfeito antes da hora exata.
Há muitos outros detalhes psicológicos desta categoria profissional, mas vou concluindo em linhas gerais. O burocrata se sente poderoso se alguém o considera irredutível, e ao longo dos anos adquire uma opacidade fisionômica. Seu objetivo é exibir o rosto frio de um robô. Tenho observado o seu perfil, durante inúmeras visitas a repartições. Um burocrata odeia ser contemplado, então eu sempre disfarço, fingindo vigiar o painel de senhas...
Tércia Montenegro (crônica publicada hoje no jornal O Povo. Disponível também em http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2012/04/11/noticiasjornalopiniao,2818534/burocracia.shtml)
terça-feira, 10 de abril de 2012
O Tempo no "Tempo de Letras"
Amigos,
Concedi há alguns dias uma entrevista à jornalista e escritora Simone Magno para a rádio CBN, sobre o meu livro que será lançado no dia 24 próximo. Confiram um pouco sobre O tempo em estado sólido no programa Tempo de Letras. Basta clicar em http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/tempo-de-letras/2012/04/05/SAI-O-PRIMEIRO-LIVRO-SELECIONADO-NA-TEMPORADA-DE-ORIGINAIS-DA-EDITORA-GRUA.htm
Concedi há alguns dias uma entrevista à jornalista e escritora Simone Magno para a rádio CBN, sobre o meu livro que será lançado no dia 24 próximo. Confiram um pouco sobre O tempo em estado sólido no programa Tempo de Letras. Basta clicar em http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/tempo-de-letras/2012/04/05/SAI-O-PRIMEIRO-LIVRO-SELECIONADO-NA-TEMPORADA-DE-ORIGINAIS-DA-EDITORA-GRUA.htm
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Lançamento de O tempo em estado sólido
Amigos,
O lançamento do meu livro O tempo em estado sólido já tem data marcada: dia 24 de abril, às 19h, na livraria Cultura em Fortaleza (Av. Dom Luís, 1010). Sintam-se já convidados.
O lançamento do meu livro O tempo em estado sólido já tem data marcada: dia 24 de abril, às 19h, na livraria Cultura em Fortaleza (Av. Dom Luís, 1010). Sintam-se já convidados.
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