Este é o blog da Tércia Montenegro, dedicado preferencialmente a livros e bichos - mas o internauta munido de paciência também encontrará outros assuntos.
Dizem que a gente deve começar o ano de branco. Como sou apressadinha, antes mesmo do réveillon faço esta postagem com a foto do Odelir, o novo bichano da amigata Carmélia. O rapaz não somente é alvo-leite, mas tem olhos bicolores que são um charme! Aproveito para lembrar a todos que mantenham seus bichinhos a salvo dos sustos dos fogos de artifício. Não deixem abertas janelas sem rede de proteção! Até 2011!
Chagall também era um aventureiro tímido - cheguei a essa conclusão ontem. Sinal disso são seus personagens etéreos e voláteis, com delicadeza de pintura que parece bordado. As fantasias de Chagall eram o seu modo de se aventurar. E que delícia não precisar fazer sentido! Que maravilha, ser irracional! A arte serve para a gente se exercitar nesse tipo de coisa... E, falando em arte, explico porque pensei no Chagall ontem. É que estava vendo um programa com o Gullar, e ele em determinado momento recitou: "Ver pode ser uma azulcinação". Imediatamente lembrei o quadro acima, dentre vários do azul e do céu chagallino. Gullar também disse algo que, para mim, encerra definitivamente a velha polêmica que pulsa sob aquela pergunta "Para que serve a arte?". Eis a sabedoria do poeta: Os homens são iguais em direito, mas não em qualidade. Eis porque a arte existe, mas jamais existirá para todos.Quem declara o contrário é um ingênuo retórico.
A relação de um autor com aqueles que o leem é algo mítico. Eu, por exemplo, nunca acreditei inteiramente que houvesse alguém “depois” do meu texto, alguém que o manipulasse e interpretasse. Tinha a impressão de que minhas palavras permaneceriam solitárias, mesmo que fossem publicadas. Entretanto, às vezes surgem os leitores, confessos e expostos. Através de mensagens eletrônicas, eles se apresentam, quase sempre de maneira tão agradável que me constranjo por ter duvidado de sua existência.
Agora, nesse período de final de ano, recebi alguns pedidos para uma crônica natalina. Infelizmente, não vou cumprir a solicitação – primeiro, porque não tenho talento para falar desses assuntos, ditos “da hora”, e depois... bem, acho que é minha obrigação manter a liberdade temática, ao menos para lançar uma pitada de surpresa. Porém, não quero que os tais leitores-correspondentes se sintam rejeitados. Ao contrário, desejo homenageá-los, contando algumas de suas histórias.
Muitos dos que me mandam mensagens têm pendor confessional. Motivados pelo argumento do texto que leram, ou por outra inspiração particular, não resistem ao impulso de contar fatos íntimos e singulares. Eu, é claro, adoro! E lembro com especial delícia certos episódios que assim me foram narrados...
Há o caso de um rapaz que me escreveu do hospital onde se recuperava, após um acidente. O setor de traumatologia não era novidade para ele, segundo me informou: tinha pinos e placas metálicas por todo o corpo, e não havia parte que ele já não tivesse fraturado – exceto, talvez, o pescoço. O que ele no início considerou um infortúnio transformou-se em estilo de vida. Envolver-se em acidentes era um hábito que lhe dava a propriedade de fazê-lo mais corajoso.
Uma jovem, meses atrás, me passou uma mensagem poética, dizendo que gostava de ler minhas crônicas pela manhã, enquanto ouvia o galo cantar na vizinhança. Dizia ser aquele um privilégio raro, numa cidade tão agitada quanto Fortaleza. Achei tudo muito bonito e a parabenizei; não suspeitava que semanas depois ela me escreveria novamente, para desabafar sua revolta. Pois encontrara a vizinha do tal quintal bucólico e, ao conversar sobre a atmosfera pacata que o canto do galo criava, descobriu que o som era apenas uma gravação em disco. Um médico o recomendara à vizinha, para lhe acalmar os nervos...
Recordo ainda a história do homem que, traído pela esposa, resolve terminar o casamento. Como símbolo de sua raiva, engole a aliança, com o objetivo de depois deixar na casa da ex “uma certa encomenda” que seu organismo produziria. Lá entregaria o pacote, decentemente vedado – e, quando aberto, primeiro se veria um bilhete, com a inscrição: “Aqui dentro está minha aliança, no lugar para onde foi o nosso amor”. Mas a performance escatológica não chegou a acontecer: o criativo esposo morreu após longo sofrimento, vítima de obstrução intestinal. Quem me escreveu sobre isso foi sua filha, um verdadeiro talento no humor negro...
Tércia Montenegro (crônica publicada hoje na coluna Opinião do jornal O Povo. Disponível também em http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2010/12/22/noticiaopiniaojornal,2081000/historias-de-leitores.shtml)
Não posso deixar de compartilhar minha alegria de ontem à noite: fui premiada pelo Ideal Clube, pelo meu livro inédito O lado imóvel! A notícia está no Vida & Arte de hoje: http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2010/12/17/noticiavidaeartejornal,2079109/literatura-ideal-clube-premia-tercia-montenegro.shtml
Recentemente, concedi entrevista via telefone para o Oscar D'Ambrosio, da Rádio Unesp FM. Ela se encontra disponível em mp3 no seguinte endereço eletrônico: http://aci.reitoria.unesp.br/radio/perfil_literario/ O número da entrevista é o 1007. O endereço traz várias outras gravações com muita gente interessante, que eu admiro demais. É certamente um espaço que estarei sempre visitando...
Continuo literariamente por terras dublinenses, cada vez mais convencida de que Joyce foi um gênio. Assim é quem inaugura um estilo; quem copia é mero oportunista. Antes mesmo do Natal, vem-me o impulso de fazer uma retrospectiva do ano, dentro dessa convenção de calendário que nos foi imposta pelo Ocidente. Os pontos positivos (só eles me interessam) nessa etapa da jornada foram: 1) A viagem por Veneza e Florença. Ainda agora preparo uma apresentação para amanhã, na aula de italiano, e viajo de volta às máscaras típicas. Il carnevale - ah! Fantasias, plumas e dourados, água sob gôndolas, vinho e cafés, vidro de Murano, rosas e pombos na piazza San Marco: isso foi Veneza para mim. 2) As leituras e as pesquisas. Lógico que aqui cabe um mea culpa, porque não rendi o suficiente - especialmente com o projeto do Lobo Antunes. Mas em 2011 não terei as mesmas desculpas. Creio que estarei enfim adaptada ao meu novo ritmo, à nova casa e aos novos interesses (que, afinal, são revisitações de antigos impulsos). 3) Os esportes. Eu, que sempre tive talento para a preguiça, desta vez me corrigi. Não o tempo todo, é claro; mas na maior parte das semanas do ano consegui comparecer à natação e à ioga. O resultado foi claríssimo na saúde. Para o ano que vem, tenho outros projetos, mais audaciosos... 4) A escrita. Se não avancei muito no prometido romance, por outro lado fico satisfeita ao ver meus livros e artigos publicados em 2010. As crônicas para o jornal inauguram uma fase que me interessa - e o mais importante: consigo separar as estruturas dos gêneros com maior técnica, consciência. Em outras palavras, o fato de escrever novamente textos curtos não me "bloqueará" para as tentativas com o romance...
De resoluções para o novo ano (além dos esportes que planejo e ainda mantenho em mistério por enquanto), estão: escrita, leitura, escrita, leitura; maior tempo para os amigos e a apreciação de artes; viagens, agendadas ou não; fotografias, longas tardes na rede, em companhia dos meus gatos; peace and love; distância radical de loucos e problemáticos; minimização extrema de atos burocráticos e maximização da alegria e do terrorismo-pelo-riso!
Este charmosão é um dos bichanos da Sybelle, que eu não conheço, mas é amiga da querida Carmelíssima. Sendo gatófila como nós, ela concordou em ceder a foto, para embelezar este blog. Merci! Em tempo: quem nunca andou com um gato assim na nuca (no estilo papagaio de pirata) não sabe o que significa aconchego...
Após ler A morte de um estranho, fiquei com a sensação de familiaridade ligando este autor ucraniano, Andrei Kurkov, à escritora romena Herta Müller. É claro que Herta foi uma revelação arrepiante para mim (e ainda estou "economizando" os livros dela, que comprei recentemente), ao passo que Kurkov é tão simples, e parece tão fácil, e até mesmo pouco inspirado, em termos de imagens literárias! Não desmereço seu texto; inclusive, já vou encomendar outro romance seu, Piquenique no gelo. Apenas prefiro a estranheza e abundância sensorial da Herta. O que, então, me fez pensar em proximidade entre os dois? Talvez a questão política? É possível. Ambos escrevem sob (e sobre) uma atmosfera de perseguição, vigilância - e este é um tema que me toca ao extremo. Mas Herta é expressionista, e Kurkov traz um sabor de nouveau roman, com seus pequenos acontecimentos, seu gosto pelo anticlímax (embora o final de A morte... seja perfeito e refrescante!). E há a impressão de que os personagens, apesar de subjugados pela ditadura (cada qual em seu contexto), vivem numa incrível liberdade interior. Essa liberdade às vezes parece apática, às vezes infantil e insana, num tipo de não-pensamento ou alienação - mas assim mesmo é uma liberdade, um ato de rebeldia. Esse veio temático tem uma força magnética sobre mim, principalmente quando penso que, ao final, todos vivemos sob algum tipo de coerção. Quando se instaura um elemento político nesse sentido, ele parece evidente; entretanto, se estamos numa aparente "abertura" de ideias e comportamentos, as opressões se tornam mascaradas, difíceis de serem percebidas. No entanto, elas estão sempre lá, na forma de uma expectativa social, de uma obrigatoriedade qualquer, de um compromisso imposto sabe-se lá por quem ou por qual ideologia... E por que somos impelidos a seguir essas regras? É sempre bom refletir sobre os limites, para ver se vale a pena ultrapassá-los. Não é rebeldia pela rebeldia - que fique bem claro. É mais aquilo que certa vez ouvi Eugenio Barba dizer: "Eu escolhi a ficção". A ficção é sempre livre e, em certa medida, fora do normal.
Ninguém descobriu que escalei as águas de um chafariz em Brasília. Pior: houve quem me dissesse, na cara, que eu estava mentindo, quando confessei a proeza. Mas não existe nada mais fácil que fazer alpinismo em líquidos. Basta se aproximar da fonte dos jatos, pular sobre a válvula projetora com os dois pés bem unidos e - pronto! Entra-se no "olho" da água, no véu que sobe como um raio branco. Uma vez no alto, é preciso um tantinho de equilíbrio para não despencar logo, mas rápido se aprende a dança necessária (quem já fez hidromassagem, via de regra, conhece o manejo). Ficar no topo é o momento mais belo, pela paisagem, e também porque não há risco de a aventura ser descoberta: normalmente, a polícia não permite que se entre em chafarizes públicos, mas os guardas só apitam quando veem alguém dentro do tanque; nenhum jamais teve a ideia de olhar para cima. A descida não é tão suave quanto parece: há lapsos de água no trajeto, mais ou menos no feitio dos lapsos de chão que se experimenta ao descer por um tobogã. O mergulho, porém, é tranquilo; a gente cai no meio dos vapores de água que, ao redor, cria semicírculos de borrifo. Parece que se entra num algodão-doce, com a diferença de que é bem mais frio e muito menos grudento...
Impressionante como as filas de banco são o palco da vida alheia! Parece que quanto mais fazemos cara antipática, mais nos tornamos ouvintes passivos. Não existe fumante passivo? Pois ouvinte passivo é aquele que ouve sem querer, porque afinal seria deseducado pôr as mãos sobre as orelhas. Entretanto, os assuntos algumas vezes são mais intragáveis que fumaça, quando não beiram o absurdo.
Naquela tarde, duas jovens à minha frente – após trocarem ideias sobre alisamento de cabelo e choque de queratina – passaram a falar de amor. A primeira, uma gordinha de rosa-choque, suspirou quando disse que ia completar um mês de namoro no dia 10. A outra invejou a sorte da companheira; falou que nos últimos tempos estava só “ficando”, e então a gordinha, talvez para atiçar o desgosto da amiga, revelou a surpresa que estava preparando para o amado:
– Eu fiz um relatório de cada dia do nosso namoro...
Não pude deixar de prestar atenção, afrontando as regras de privacidade de fila: arregalei os olhos como quem quer abrir mais os ouvidos. Felizmente, não fui percebida. Ela continuava:
– Para cada dia, contei o que tinha acontecido, se eu tinha telefonado para ele, se ele tinha me telefonado, o que nós conversamos. Se houve dia em que a gente não se falou, eu coloquei também...
Ninguém mais ao redor percebia a gravidade da situação: uma namorada tecia atas, descrições do comportamento de um rapaz, algo próximo de um arquivo de alta espionagem – e chamava isso de prova de amor.
– Assim, ele vai ver que estive sempre pensando nele, e vai adorar!
Tive que virar de costas, para não ver a cara de hipocrisia da outra garota (não podia ser que ela estivesse sinceramente invejando aquela criatividade!). Daí em diante, as duas amigas mudaram de assunto, mas eu fiquei mordida pela imaginação, pensando no pobre rapaz, na sua cara de susto quando abrisse o tal relatório. Se ele tivesse um mínimo de juízo, pensaria: essa minha namorada é louca, não tem o que fazer, concentrou toda a vida em mim, e em apenas 30 dias analisa os meus atos milimetricamente – vou cair fora já!
Entretanto, outro dia li a declaração de um artista, que disse compor suas obras para vencer o tempo e ter a ilusão de que a existência podia ser traduzível. De repente, pensei se a gordinha de rosa-choque não agia assim. O relatório era uma forma de reviver cada dia do namoro, traduzindo a vida dos dois, ou a vida dela sob a presença dele, a importância dele. Vendo dessa maneira, ficava aceitável e até mesmo bonito. Mas isso dependia de eu estar pensando na situação em horário próximo ao da meia-noite, sob o luar. Naquela tarde, em plena fila de banco, realmente não me pareceu que um diário de namoro tivesse proximidade com as artes...
Tércia Montenegro (crônica publicada em 08/12/2010, no jornal O Povo. Disponível em http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2010/12/08/noticiaopiniaojornal,2075081/sobre-relatorios-e-artes.shtml)
Texto do amigo, poeta e viajante Henrique Beltrão:
De mãos bem dadas, as almas são aladas. Falar de encontros e despedidas, chegando de Paris, onde ficou meu filho, e aportando em Nantes, nos braços da amada, me faz esboçar estas linhas e entrelinhas pensando em histórias irmanadas com a minha, vividas pelos leitores e leitoras – de poesia, de cartas, de relatos de viagem...
O homem habita a Terra prosaicamente e poeticamente ao mesmo tempo, diz Edgar Morin. E enquanto ela cumpre seu trajeto imerso no Universo, tanta gente de passagem! Viagem e viajante compõem a mesma paisagem: o viajante é a sua viagem. Sinto saudades do Brasil, das minhas amigas e dos meus amigos. A saudade é uma esperança pelo avesso. A saudade é a gente continuando, uns nos outros. Ela faz samba, faz versos, faz romance a cada novo abraço ou despedida. Cada encontro tem um grão de partida. Cada partida é grávida de reencontro.
Não na praia, mas em alto-mar, em noite de tempestade, se conhecem o mestre de jangada e os pescadores que vão com ele. Na beira da espuma, tanta espera a cada onda que vai e vem, tanta modinha cantada, chamando pelo seu bem. O amor entre as pessoas faz curvas no tempo e no espaço: gente que se ama, amigos e amigas têm entre si carinho impalpável e silêncios musicais; onde quer que estejam, permanecem juntos.
Tão longe estando, em meio a um outono gelado, me alcança a presença da minha gente ensolarada, em um convite para escrever, em um telefonema inesperado, em uma mensagem tão terna na tela do computador... Não estando ao alcance dos seus braços, resta-me o que desde sempre me resta, o fio das linhas com que componho minha breve passagem neste mundão que nos abraça.
Ah, refúgio meu, reino da Palavra, terra atemporal, momento sem lugar, aqui e agora sou todo teu. Fazei de mim o instrumento de vossa melodia que desafia os dias... E no momento mesmo em que a noite me açoite, onde houver silêncio que eu leve um grão de Poesia, magrinha talvez, alivia essa agonia sem perdão – de se saber de passagem na imensidão.
Foi-se com o tempo a lucidez de minha sanfoneira e pianista, grávida de mim um dia; foi-se com o tempo a visão de meu mestre poliglota, senhor dos genes de mim que já havia; foi-se a música com que ela me animava, foi-se a leitura com que ele me acalentava; foi-se tudo com a foice do pêndulo que oscila e garimpa a ilusão que vacila frente à incógnita adiante...
E assim contemplo os mapas e o calendário, a ampulheta e o metrônomo em coro a reger a fluidez sem fim em que escoo e ecoo meus versos avessos à sombra, vermelhos e tão simples, mas amigos da luz. Não serei eu um intruso de passagem, nas tripas do tempo plantado, teimando em continuar nas parcas linhas que o passado abrigou, que o presente acolhe e o futuro adivinha? Mas não sou o único – estou em boa companhia, a cada abraço ou aceno nosso, plenos de poesia – a poesia dos encontros e despedidas.
Nada pedir, nada esperar – tudo acolher, agradecer e passar. Sabedoria intangível, dirão vocês, eu sei, eu pressinto. Eu sinto que estas poucas sílabas são sinos a soar sem ciência do que será. Queiram me perdoar, eu preciso de falar. São as palavras meu abrigo; são vocês, leitores amigos, os destinatários destas correspondências que hão de se apagar, contudo a ecoar, a ecoar, a ecoar...
HENRIQUE BELTRÃO é poeta, radialista, professor da UFC. Autor de Vermelho e Simples; produtor e apresentador do Sem Fronteiras: Plural pela Paz e do Todos os Sentidos – Rádio Universitária FM.
Texto publicado no jornal O Povo e disponível em http://www.opovo.com.br/app/opovo/vida-e-arte/2010/12/04/noticiavidaeartejornal,2073868/ficar-e-partir.shtml
Cheguei a uma fase da vida em que sinto que todos estão igualmente perdidos, tentando achar uma forma ideal para levar a existência. Criam-se modelos, manuais, historietas com fundo moral, mas em realidade as pessoas continuam desesperadamente inseguras, à procura de verdades - sejam elas traduzidas pela rotina, por um projeto específico, pela ambição ou o que quer que seja. Ao final, uma certeza se consolida: a de que impera o acaso, e a distância entre o poder e a simplicidade não é muita. O que transforma alguém num indivíduo arrogante não é o dinheiro ou a fama, mas simplesmente o seu caráter. Contra a infelicidade, não há grandes remédios. Quem consegue ensinar alegria a um típico ranzinza? E quem convence um sério teimoso de que a vida é uma doce piada?
Depois de ler Verão em Baden-Baden, estabeleci uma ligação entre Rússia e Alemanha que talvez, antes, só estivesse sutilmente sugerida em minhas intenções, pelo desejo de estudar as respectivas línguas. O impulso pelo russo e pelo alemão surgiu quase ao mesmo tempo, aliás, embora o meu encanto pelo primeiro remonte à época de minha graduação (quando eu passava em frente à Casa de Cultura Russa só para contemplar a fileirinha de matrioskas que ali ficavam, como anões de jardim). Eu então sentia uma espécie de antipatia pela língua alemã, mas isso mudou quando finalmente conheci Mann, e depois mudou mais ainda, quando conheci o amado e ouvi dele um "Ich liebe dich" maravilhoso... Agora, os planos para breve (?) envolvem estes cursos de língua - e, claro, estas possíveis viagens.
Estão abertas as inscrições para o Festival de Performances Espontâneas! Para participar, basta ter a sorte de ser clicado pela dupla Paiva & Montenegro, nos próximos dias. A motivação para a fotografia partirá da identificação de situações performáticas interessantes, ridículas ou obscuras, no território de nossa cidade. Os vencedores ganharão o prestígio de terem suas imagens postadas neste e em outros blogs, embora na maioria das vezes o anonimato seja preservado, para o bem da paz mundial. São muitas categorias de participação! Fique atento(a) - e comece a dar bobeira por aí!