Ontem foi um dia de imersão na sétima arte: de tarde, Avatar, na companhia de quatro amigas queridas, daquelas pessoas que lembram beleza e doçura, apesar de tudo o que se vê no mundo. De noite, Deixe ela entrar, junto com o príncipe, ao lado de quem já vi inúmeros filmes que hoje me escapam, mas que ele (verdadeira encarnação de Funes, el memorioso) sempre recorda com detalhes.
Sobre Avatar, não direi muito, porque o tema já foi retomado milhões de vezes pela mídia, pela crítica e pelo boca-a-boca. Apenas registro o privilégio de viver numa época que permite dessas criações digitais - algo que nos leva a pensar no quanto a ilusão pode ser emocionante: emoções verdadeiras e legítimas diante do que não é real. E não é isso o que a boa arte provoca, sempre? Poderia fazer ressalvas ao maniqueísmo fácil, fórmula previsível no tema do filme - mas prefiro me deter nessas reflexões sobre a fantasia. Ela também, no fundo, parece fácil (talvez seja mais simples criar disparates que perseguir uma lógica), mas como custa ser convincente! Até o velho Gabo resvala em superfícies, às vezes (leio agora Do amor e outros demônios, e me sinto patinando no exótico, no esquisito escatológico: quero me aprofundar, quero mergulhar, e não consigo).
A respeito do segundo filme, um sueco eleito pela Uncut como o melhor de 2009, eu poderia dizer que me impressionei mais - apesar do argumento inicial, que me afastaria do cinema, não fosse a recomendação acima, da revista. Deixe ela entrar não é apenas uma história de vampiros (outro tema desgastadíssimo, e que no geral não me comove - exceto no clássico de Bram Stoker e o outro, do contista curitibano). É um relato belíssimo, com suas crianças pálidas e vingativas numa cidade gélida. Um filme de silêncios longos e closes demorados: um alívio diante da ação desvairada que borra as cenas de Avatar, de Sherlock Holmes e de tantos outros (como se aventura, necessariamente, fosse pressa eletrizante!). Uma história também de fantasia, e que leva a meditar. Talvez o amor seja a única coisa que torna suportável a eternidade.
Tercinha, amei a nossa saída.Você continua MARAVILHOSA!
ResponderExcluirQueridíssima Tigresa,
ResponderExcluirQue honra é ser uma das quatro amigas citadas no seu blog super chique e interessante!
AMEI ter a sua acompanhia naquela tarde, mesmo que tenha sido por pouco tempo, mas me valeu muito a pena! Temos de nos ver mais!
Foi muito bom!!
Cinco amigas falando desde ´´ah, os homens de 30 anos!´´ e ´´verrugas misteriosas´´. hahahha
E assim como a Coalinha acima, você continua MARAVILHOSA!!!
Beijos, Raara