Acabei de ler Peixe Dourado, minha segunda experiência com J.M.G.Le Clézio, o premiado e badalado autor francês da contemporaneidade. Assim como aconteceu com Refrão da fome, fiquei decepcionada. Há algo que não me convence, nessas narrativas - principalmente, porque são feitas em primeira pessoa, e o trabalho com o tempo (e o próprio traçado da história do protagonista) fica superficial demais. Personagens aparecem e desaparecem com rapidez inverossímil. Claro que existem passagens interessantes e poéticas, mas o livro em si permanece gratuito, sem uma razão coesiva.
Quem se aventura pela escrita de um romance deve conviver bem - e profundamente - com as figuras que cria. Esse não parece ser o caso de Le Clézio. Seus personagens são marionetes, descritos de forma rasa ou estereotipada. Alguns vivem experiências incomuns, mas sua personalidade é a de um fantoche: sinal de que faltou algo, nesse processo que somente os bons conseguem transformar em verdadeira literatura...
Nenhum comentário:
Postar um comentário