Uma semana após o provocativo convite para que, inspiradas no texto de Stendhal, as pessoas me contassem os seus desejos de milagres, recebi 32 mensagens e creio que já é tempo de fazer um "balanço" das ideias mais interessantes (se você ainda está perdido com as referências, leia a postagem "Conte o seu milagre", logo abaixo, e veja do que se trata).
O repertório de respostas foi, em geral, excelente, com desejos tão justificáveis quanto impossíveis. Algumas, entretanto, revelam muito da intimidade de seus autores, de modo que prefiro não expô-los. Dentre as demais, destaco as cinco melhores, e agradeço a participação de todos!
OS MILAGRES MAIS NECESSÁRIOS
1) God, conceda-me o privilégio da transparência, ou invisibilidade, ao menos uma vez por semana. Juro que não cometerei nenhum crime, quando estiver assim disfarçado. Tampouco aproveitarei para bisbilhotar a intimidade alheia. Eu apenas quero sentir como é virar vento e não usar roupas, sem precisar viajar para Tambaba. (Matias Pascal)
2) Quero fazer um pacto com o diabo e conquistar mil privilégios - desde que possa, depois, dar-lhe um calote e continuar com a minha alma intacta! (Alexandre Brandão)
3) Desejo que todos os políticos desonestos sejam acometidos por gagueiras e falsetes, na hora de fazer discursos. Que enxames de libélulas furiosas carreguem suas cédulas e talões de cheque para o oceano, e que seus cartões de crédito derretam como sorvete em pleno verão. (Mariazinha)
4) Ao menos uma vez por ano (digamos, no Réveillon), quero que todos os poemas dos pseudopoetas podres que habitam esta cidade entrem em combustão espontânea. Os textos que não estiverem impressos deverão desaparecer do computador, levados por um vírus feito para esta finalidade. O expurgo afetará residências, livrarias e bancas de revista e, no dia seguinte, o grande monte de cinzas simplesmente desaparecerá, assim como todo o lixo de hospitais e material radioativo que existir no planeta. (Absalão Absalão)
5) Ah, como seria bom se ao menos uma vez por mês o cardápio de todo dia se transmutasse numa refeição exótica! Assim, num piscar de olhos, com um garfo mágico, eu poderia transformar qualquer alimento num prato típico de outro país. Obviamente, a refeição viria acompanhada de um folheto explicativo, com a história do prato e suas curiosidades... Gastronomia é cultura! (Guawa Arbuz)
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