A igreja de São Francisco, em Salvador, data do século XVIII, e os seus altares obviamente me lembraram os de Minas (sobretudo Tiradentes). Mas, ao mesmo tempo, senti algumas diferenças fundamentais. Os anjos, por exemplo, não têm todos a mesma face; é possível que não sejam resultado de um idêntico modelo, mas tenham sido esculpidos mais artesanalmente. Um aspecto estranho é a presença de bustos femininos - desnudos - sustentando pilastras. Confira a foto ao lado: não parece muita sensualidade para um ambiente religioso? Mas o barroco era a arte dos contrastes, e na Bahia o sincretismo devia existir desde estas épocas... Há também duas figuras que se assemelham a sereias, sustentando a base dos púlpitos que ficam no altar (e especulo se já não representariam a rainha das águas). Detalhes à parte, estas reflexões servem apenas para marcar a minha epifania diante da beleza artística desta obra brasileira. Creio que este altar - por mais que a foto não faça justiça à realidade - passa uma ideia de como eu perdi o fôlego diante de tamanho esplendor:
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