Soube, agora há pouco, da notícia, e parece que me vejo novamente na última ocasião (dois anos atrás?) em que encontrei Moacyr Scliar. Foi na redação do jornal O Povo, numa entrevista ao vivo, pela rádio. A voz serena, a postura de elegância e total simplicidade eram absolutamente autênticas: naquele homem, não havia pose. Fomos almoçar depois num restaurante português, e ele era o mesmo, falando de sua infância, de suas raízes judaicas. Nenhum ranço de vaidade - e isso, num perfil digníssimo. Moacyr era um mistério de personalidade: a lição que ele deixa, para além da escrita, é esta. É possível agir com constante integridade, com firmeza e disciplina, sem se robotizar. É possível ser sensível sem resvalar no óbvio. Acima de tudo, creio que ele se manteve, como bom artista e médico, um grande observador da humanidade. Fazia parte dela, mas sempre com um olhar avaliador - um crítico humilde, um juiz silencioso.
INFELIZMENTE FIQUEI SABENDO POR INTERMÉDIO DE SEU BLOG. LAMENTAVELMENTE ERA VERDADE. UMA DAQUELAS NOTÍCIAS QUE A GENTE PODE, E DEVE, DORMIR SEM RECEBER. PODERIA(MOS) PASSAR, POR HOJE, SEM ESSA... JÁ É TARDE.
ResponderExcluirFaleceu no mesmo dia o filósofo, professor, crítico de arte e escritor, Benedito Nunes.
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