De ontem para hoje, passei bons minutos com a leitura d'Os gatos, da Patricia Highsmith. Eu já procurava há tempos este livro, anunciado mas até então nunca visto, na coleção da L&PM. Ontem finalmente consegui encontrá-lo na livraria - junto com a maravilhosa nova edição dos poemas da Wisława Szymborska (mas esta eu ainda não comecei a ler; estou só curtindo a felicidade clandestina...). O pequeno volume da Patricia traz três poemas (apenas razoáveis), três ótimos contos e um ensaio, além das ilustrações, lindas aquarelas que ela mesma fez, inspirada nos seus siameses. Nesta foto, conseguida na internet, ela posa com o seu Ripley-da-vida-real. Abaixo, reproduzo para o(a) leitor(a) gatófilo(a) algumas passagens do ensaio sobre felinos:
"Gosto de gatos porque eles são elegantes e silenciosos, e têm efeito decorativo; uns leõezinhos razoavelmente dóceis, andando pela casa. (...) Raymond Chandler gostava de ter um gato roliço junto dele, ou sobre a escrivaninha. Simenon é frequentemente fotografado com algum de seus gatos, em geral um gato preto. Os gatos oferecem para o escritor algo que outros humanos não conseguem: companhia que não é exigente nem intrometida, que é tão tranquila e em constante transformação quanto um mar plácido que mal se move. (...) Um gato faz de um lar, um lar; com um gato, um escritor não está só e, no entanto, está sozinho o bastante para trabalhar. Mais do que isso, um gato é uma obra de arte ambulante, dorminhoca e em constante transformação. (...) Na verdade, ninguém faz uso de um bom quadro na parede, ou de um concerto de Beethoven, e, no entanto, eles podem ser uma necessidade na existência de um indivíduo."
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