MEU
DESTINO EXÓTICO
Funcionou assim:
durante seis meses, fiz circular pela internet uma carta-convite, propondo às
pessoas que me contassem um destino exótico que tivessem adotado – e isso poderia
significar uma simples expedição ou todo um estilo de vida, com as
consequências imagináveis. Como tudo o que é virtual escapa ao controle, essa
proposta ganhou mundo e acabei recebendo mensagens de gente que nunca vi. Aqui
vão alguns desses relatos, com nomes fictícios, para não ferir sensibilidades.
Siptsbergen é uma ilha
ártica pertencente ao território norueguês, uma das poucas habitadas, no
arquipélago das Svalbard. Para ali viajou a artista plástica Mimi Al Xantz, e
não somente para ver de perto os fiordes e geleiras. Ela tinha o objetivo de
esculpir figuras abstratas no permafrost, embora suas intervenções quase não se
distinguissem das imagens naturalmente criadas ali. Entretanto, Mimi ganhara
uma bolsa de pesquisa internacional com esse projeto, e ela teria levado a cabo
sua experiência, se não tivesse ficado traumatizada após a perseguição de uma
raposa-polar. Mimi fugiu do bicho e da própria Siptsbergen, para nunca mais
voltar.
Destino exótico (e
permanente) teve o desempregado Asdrúbal Havin, que depois de uma epifania
largou a família e assumiu um comportamento messiânico. Seu grande desejo era
pegar um trem para Astápovo, a estação ferroviária onde morreu Tolstói. Não sei
se ele economizou o suficiente para chegar à Rússia, mas faz um bom tempo que
desapareceu e já não manda notícias.
Ambição menor, porém
igualmente esquisita, foi a do engenheiro aposentado J. P. Freitas, que
investiu todas as finanças que possuía na construção de um gabinete de figuras
de ceras. Dizem que o local é bem organizado: as figuras, todas de políticos
brasileiros, são verossímeis e até assustadoras. Entretanto, o gabinete vive às
moscas, porque os habitantes de Caracaraí, onde ele foi instalado, jamais o
visitam.
No âmbito do esporte,
há muitas histórias de proezas – mas creio que me enviaram somente as inúteis,
mostrando indivíduos engajados num treinamento descomunal para se tornarem os bilionésimos
a bater determinado recorde. Um exemplo disso está em Patrick, jovem cearense
que encontrou sua maior pretensão atlética na escalada do monte Kosciuszko, na
Austrália. Seus amigos o advertiram de que qualquer aborígene fazia aquilo com um
pé nas costas, mas Patrick chamou a todos de invejosos. Enfrentou dietas,
exercícios e uma viagem longuíssima: rompeu um tendão do tornozelo nos 200
metros iniciais de subida e, de tão humilhado, virou clandestino, sem coragem
de voltar para o Brasil.
Recebi outros relatos
que também merecem entrar numa página; são inspiradores – nem que seja para a
gente ficar quieta e satisfeita com o destino que Deus nos deu. Quem sabe na
próxima quinzena eu volte a esse tema... Até lá, continuem enviando suas
histórias!
Tércia Montenegro (crônica publicada hoje no jornal O Povo)
OLHE AQUI, SUA ESCRITORAZINHA GENÉRICA DE MARCA MENOR, MANDEI MINHA CARTA CONTANDO MINHA EXPEIDISSÃO PRA SERRRA DE MARANGUAPE PRA CONHECER OS ÍNDIOS PATAXÓS-BANANEIRA E VC NAO PUBLICOU AI NESSA CRONICA RIDICULA PQ HEIN?????/????? VC TEM ALKGUMA COISA CONTRA EU????? VC NAO EH ESCRITORA, VC EH UMA DEMOCRATA HOLANDESA!!!!!!! PASSAR BEM
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirUrik,você tinha que ter enviado esse "trote" sob pseudônimo, para ficar convincente! KKKKKKKKK