Vi As praias de Agnès Varda, lembrando da primeira vez que ouvi falar nesta fotógrafa e cineasta belga. No documentário Janela da alma, ela aparece comentando como decidiu filmar, muito de perto, o corpo de seu amado Jacques Demy, que na época tinha uma doença terminal. Nunca esqueci a expressão marcante desta mulher, apaixonada pelo companheiro a tal ponto que apenas a arte poderia resgatá-la de sua perda - e o olhar, a filmagem do olhar quase microscópico, era a sua tentativa de não submergir na dor completa.
Neste filme As praias..., mais recente e de sua autoria, Varda faz um resgate biográfico de 80 anos, mostrando como uma identidade se transforma e circula ao longo de descobertas mas, ainda assim, permanece essencialmente a mesma.
Na imagem acima, como não poderia deixar de ser, Agnès aparece com sua gata, Zgougou.
Tércia, que linda expressão a sua em relação as sensações vividas e transmitidas por esta artista. Somente uma alma especial para reconhecer outra. Bravo querida.
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